Estudo publicado em 2018, no prestigiado Annals of Rheumatology, avaliou a relação entre o tabagismo e lúpus.
 
Após avaliar 286 casos de lúpus, os pesquisadores concluíram que há forte associação entre o tabagismo (maior que 10 maços.ano) e a positividade do anti-DNA. Este anticorpo é associado a atividade de doença.
 
 Referência
Barbhaiya M, Tedeschi SK, Lu B, et al Cigarette smoking and the risk of systemic lupus erythematosus, overall and by anti-double stranded DNA antibody subtype, in the Nurses’ Health Study cohorts Annals of the Rheumatic Diseases 2018;77:196-202.

A síndrome de Sjogren é uma doença autoimune caracterizada por secura ocular, bucal, da orofaringe e/ou da vagina. Ocorre um infiltrado inflamatório nas glândulas lacrimais e salivares, comprometendo sua função. Acomete cerca de 4 a cada 1000 indivíduos/ano, com frequencia maior em mulheres (média de 9 mulheres afetadas para cada homem afetado). Possui associação com outras doenças autoimunes, em especial a artrite reumatoide.


Manifestações clínicas:


Os sintomas devem-se à síndrome seca e também a sintomas gerais e manifestações sistêmicas. A síndrome seca é a combinação de secura ocular (xeroftalmia) e secura bucal (xerostomia), que pode estar associada a secura vaginal e da orofaringe. A xeroftalmia compromete a lubrificação ocular, levando à sensação de areia nos olhos, vermelhidão, coceira, lesão do epitélio da córnea, com potencial aumento de infecções oculares.
A xerostomia diminui a quantidade de saliva, propiciando cáries, doença periodontal e candidíase oral. A secura vaginal pode levar à dispareunia (dor durante o ato sexual). A secura na orofaringe manifesta-se com tosse seca e rouquidão.
Sintomas como fadiga, dores articulares, depressão, ansiedade são comuns em pacientes com síndrome de Sjogren. Acometimento pulmonar, dormências, lesões cutâneas e comprometimento renal fazem parte do espectro da síndrome. Existe um risco aumentado de desenvolvimento de linfomas, cerca de 5x maior do que a população geral.  

Algumas doenças reumáticas podem se manifestar com alterações na pele. Por isso, manchas cutâneas, quando associadas com dor articular, merecem a atenção do reumatologista.


Rash malar – manchas avermelhadas na região das bochechas, muitas vezes associadas à fotossensibilidade. Podem estar associadas ao lúpus eritematoso sistêmico.


Heliotropo – coloração violácea em pálpebras. Quando acompanhada de fraqueza muscular, pode ser sugestiva de dermatomiosite.


Esclerodermi​a – consiste no enrijecimento progressivo da pele, muitas vezes causando dificuldade de mobilização das articulações. Associada à esclerose sistêmica.


Fenômeno de Raynaud – causado pela hiperatividade vascular. A pele da ponta dos dedos assume aspecto pálido, que varia para arroxeado e avermelhado posteriormente. Pode ser associado à diversas doenças reumáticas tais como esclerose sistêmica, artrite reumatoide ou lúpus eritematoso sistêmico.


Placas psoriáticas – a psoríase é uma doença que cursa com placas avermelhadas em pele. Em alguns casos, também pode haver inflamação nas articulações. Tal inflamação pode ser de caráter erosivo, levando a deformidades e deficiências.


Pitting – lesões em forma de pontos nas unhas. São lesões típicas de psoríase.

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​Referências


1 - Valdez MA, Isamah N2, Northway RM Dermatologic Manifestations of Systemic Diseases. Prim Care. 2015 Dec;42(4):607-30. doi: 10.1016/j.pop.2015.08.003. Epub 2015 Oct 23.

2.Schons KR, Knob CF, Murussi N et al . Nail psoriasis: a review of the literature.An Bras Dermatol. 2014 Mar-Apr;89(2):312-7.

.,3.Helliwell PS, Ruderman EM Natural History, Prognosis, and Socioeconomic Aspects of Psoriatic Arthritis. Rheum Dis Clin North Am. 2015 Nov;41(4):581-91. doi: 10.1016/j.rdc.2015.07.004. Epub 2015 Aug 24.

4.http://www.atlasdermatologico.com.br/disease.jsf?diseaseId=266

5.​http://www.atlasdermatologico.com.br/disease.jsf?diseaseId=395

​ A febre amarela é uma doença infecciosa, transmitida por mosquitos do genero Aedes e Sabethes, que vem assustando os brasileiros neste início de ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, existem 107 casos confirmados, 430 em investigação e 46 óbitos confirmados. A única forma de prevenção é a vacina. A vacina da febre amarela é uma vacina de vírus vivo atenuado, isso significa que a vacina contém o vírus da febre amarela, porém “fraquinho”, ou seja, com baixa capacidade de multiplicação. A vacina é segura, com poucos efeitos colaterais, geralmente febre ou dor no local de aplicação.
Contudo, a vacina é contraindicada para gestantes e imunodeprimidos (indivíduos HIV positivos com contagem de células CD4 < 200; transplantados, pacientes em quimioterapia ou em uso de medicamentos imunossupressores). Essa contraindicação decorre do fato da vacina ser de vírus vivo e poder causar reações, já que o sistema imunológico pode estar comprometido. No tratamento de doenças autoimunes, em geral, utilizam-se drogas imunossupressoras. Portanto se você possui alguma doença autoimune, procure seu médico para saber se pode tomar a vacina!




fontes:
1. Ministério da Saúde- http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2017/janeiro/30/COES-FEBRE-AMARELA-INFORME-5-Atualizacao-30jan2017-11horas.pdf


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​O paracetamol é o analgésico mais usado no mundo todo. É considerado mais seguro do que anti-inflamatórios e opioides.

Um grupo do Reino Unido procurou avaliar os riscos provocados por esta medicação. Esse grupo analisou diversos estudos sobre esta droga e identificou trabalhos que demonstraram risco aumentado de eventos cardiovasculares (infarto, AVC, doença coronariana). Esse risco era relacionado a dose utilizada.

Eventos gastrointestinais e renais também aumentaram com o aumento das doses.

Embora o estudo tenha algumas limitações, ele aponta para o perigo da auto medicação.

O reumatologista é um profissional capaz de reconhecer os efeitos adversos dos analgésicos indicar o melhor tratamento em cada caso, melhorando a dor do paciente.


Referência
Roberts, E. Paracetamol: not as safe as we thought? A systematic literature review of observational studies.Ann Rheum Dis. 2016 Mar;75(3):552-9. doi: 10.1136/annrheumdis-2014-206914. Epub 2015 Mar 2.

Muito se tem estudado sobre a relação entre a vitamina D e o sistema imunológico, entretanto ainda é um enigma a ação da vitamina D sobre o sistema imune. Sabe-se que a vitamina D age como hormônio com várias ações além do fortalecimento ósseo. 
Um estudo do Hospital das Clinicas da USP , randomizado, duplo –cego, analisou os níveis de vitamina D e comparou com atividade de doença e fadiga de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil (quando a doença se inicia antes dos 16 anos). Os resultados mostraram uma alta prevalência de insuficiência de vitamina D (95%) nos pacientes lúpicos. A suplementação foi realizada com colecalciferol 50000 ui semanais e comparado com um grupo em uso de placebo. Houve melhora dos questionários sobre fadiga e atividade de doença no grupo que recebeu a suplementação de vitamina D. 
Esse estudo parece indicar que a suplementação de vitamina D em casos de deficiência pode ser benéfica para os portadores de lúpus eritematoso sistêmico.
para saber mais: 
- Vitamin D supplementation in Adolescents and Young Adults with juvenile systemic Lupus Erythematosus for improvement in Disease Activity and Fatigue Scores: a Randomized, Double-blind, placebo controlled trial. Lima GL, Paupitx J e colaboradores. Arthritis Care Res 2016; 68(1):91-8

A síndrome miofascial é um quadro de dor crônica localizada. Caracteriza-se pela presença de pontos-gatilho (trigger point), que são pontos de contratura muscular, que ao ser pressionados, provocam dor à distância. A síndrome miofascial é responsável por grande parte de lombalgias, cervicalgias e dor orofacial.
Semelhante a fibromialgia, pode cursar com alterações do humor, distúrbios do ciclo sono-vigília e fadiga. Alguns estudos relatam que cerca de 54,6% das cefaleias e 85% das dorsalgias ou lombalgias é, na verdade, síndrome miofascial.
Existem fatores agravantes da dor como: tensão emocional, estresse, vícios posturais, alterações anatômicas como pé plano ou mamas volumosas. Para o diagnóstico é necessário exame clínico adequado e eventualmente, exames complementares para descartar outras patologias.
O tratamento é multidisciplinar e consiste em controle da dor por meio de medicamentos e técnicas comportamentais, técnicas de relaxamento, reabilitação e inativação dos pontos-gatilho. Métodos físicos como massagem, alongamento da musculatura envolvida, calor superficial podem promover alívio da dor, apesar de sua efetividade ainda não estar comprovada. Acupuntura demonstrou redução do nível de dor.
O agulhamento dos pontos-gatilho é uma técnica de inativação dos nódulos musculares e pode ser feito a seco ou com anestésico, com eficácia semelhante. Toxina botulínica tem sido utilizada na falha terapêutica aos tratamentos convencionais.



Referência:
Dores musculoesqueléticas localizadas e difusas /editor Roberto E Heymann; coeditores Eduardo dos Santos Paiva, José Eduardo Martinez, Milton Helfestein Junior. – São Paulo – Planmark 2010.