12/1/2016 1 Comment Emergências em ReumatologiaEmbora a Reumatologia seja uma especialidade ambulatorial, algumas situações de emergência podem se apresentar dentro dessa especialidade.
As emergências são situações nas quais a vida ou algum órgão encontra-se em perigo de dano imediato. Os reumatologista devem estar atentos a : - Sindrome de anticorpos antifosfolípedes catastrófica – ocorre a formação de múltiplos trombos com acometimento de órgãos vitais. - Síndrome pulmão rim – falência renal secundária a estresse respiratório, que pode estar associada a processos autoimunes - Vasculite do sistema nervoso central – inflamação dos vasos sanguíneos desse sistema, o que leva a eventos graves, como acidente vascular cerebral (AVC) - Lúpus neonatal – a passagem de anticorpos pela placenta pode levar ao acometimento do coração do feto, causando bloqueio cardíaco - Síndrome de ativação macrofágica – uma condição guda e muito grave que culmina com falência hepática, distúrbios da coagulação, encefaloptia associada a alterações celulares (macrófagos). Extremamente grave, com mortalidade que pode chegar a 70% - Crise renal esclerodérmica – envolvimento renal em pacientes diagnosticados com Esclerose Sistêmica - Atrite séptica – mais comum, consiste na infecção das articulações. Se não tratada a tempo, pode levar a destruição articular ou mesmo infecção sistêmica (generalizada) - Subluxação atlanto axial – deslizamento de uma vértebra sobre outra, o que pode causar lesão medular. É muito importante a verificação da história pessoal e familiar dos pacientes, principalmente no que diz respeito a presença de doenças autoimunes. Dessa forma, a suspeita clínica pode ser feita a tempo e, assim, obter-se um tratamento eficaz. Referência Luis Arturo Gutiérrez-González. Rheumatologic emergencies.Clin Rheumatol (2015) 34:2011–2019 DOI 10.1007/s10067-015-2994-y
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O diabetes é uma doença crônica que pode causar várias complicações, tais como infarto do miocárdio, acidente cerebral vascular (AVC), gangrena, além de poder acometer os rins e a visão. Mas nāo pára por aí. O diabetes, principalmente quando mal controlado, pode ocasionar complicações musculoesqueléticas, assim como:
Outras complicações associadas sāo: ombro congelado, tendinite calcificada, infarto muscular, artropatia de Charcot e hiperostose da coluna. É de fundamental importância controlar bem o diabetes para evitar as complicações indesejadas. Referência: Silva et al. Manifestações musculoesqueléticas em diabetes mellitus . Rev Bras Reumatol 2012;52(4):594-609 2/11/2015 1 Comment Gota e disfunção erétil A gota está associada à disfunção erétil em homens, é o que mostra esse estudo, que analisou 83 pacientes com gota e 118 controles.
Foram estudados homens de 18-89 anos. A disfunção erétil (incapacidade de manter a ereção do pênis durante o ato sexual) foi avaliada por meio de um questionário, que classifica a disfunção em ausente, leve, moderada e grave. Os resultados mostraram que 96% dos pacientes com gota com 65 anos de idade ou mais apresentaram disfunção erétil e 60% tinham grave disfunção erétil. Esses resultados foram estatisticamente significantes em comparação aos controles. O grupo com gota também obteve menor pontuação no questionário, o que significa maior grau de disfunção erétil. Esses resultados sāo compatíveis com outros estudos que avaliaram o nível de ácido úrico no sangue e a presença de disfunção erétil. Cada elevação de 1 mg/dl no ácido úrico pode elevar em 31% as chances de desenvolver disfunção erétil. Sabe-se que os fatores de risco para doenças do coração sao os mesmos da disfunção erétil: hipertensão, diabetes, dislipidemia, obesidade, tabagismo. Ë interessante notar que a disfunção erétil, além de afetar a qualidade de vida também é um indicador de doenca cardíaca. Mais uma razão para se cuidar e evitar essas doenças! Referência Schlesinger, et al: Erectile dysfunction in gout . The Journal of Rheumatology 2015; 42:10; doi:10.3899/jrheum.141031 27/10/2015 0 Comments Corticoides e artrite reumatoideOs corticoides são drogas com reconhecida eficácia antiinflamatória. Tem sido usados há 65 anos, com atuação na progressão de doença. Essa classe de drogas é um dos eixos do tratamento dessa doença, uma vez que são drogas de baixo custo capazes de exercer atividade antinflamatória e imunossupressão, quando necessário. Quando usado em doses entre 7,5 e 10 mg ao dia, grande parte dos efeitos pode ser manejado. O seu uso é capaz de trazer riscos conhecidos como ganho de peso, osteoporose ou glaucoma. Por isso seu uso deve ser ter indicação precisa. Novas formulações estão em desenvolvimento, como forma de minimizar os efeitos colaterais, como a prednisona de liberação prolongada. Essa droga, pareceu superior à prednisona convencional na redução de rigidez matinal e fadiga em pacientes com artrite reumatoide. A ocorrência de eventos adversos foi semelhante. Referências Bijlsma, J.W.; Jacobs, J.W.; Buttgereit, F. Glucocorticoids in the treatment of rheumatoid arthritis. Clinical and Experimental Rheumatology. Vol. 33 Nr. 4 Suppl 92 Página: 34 - 6 (2015) Buttgereit, F.; Spies, C.M.; Bijlsma, J.W. Novel glucocorticoids: where are we now and where do we want to go? Clinical and Experimental Rheumatology. Vol. 33 Nr. 4 Suppl 92 Página: 29 - 33 (2015) A Fibromialgia é uma doença crônica, de difícil tratamento, que causa dor difusa, muitas vezes em todo o corpo associado a distúrbios do sono e alterações do humor.
O tratamento medicamentoso é frequentemente insuficiente para controlar a dor e possui alguns efeitos colaterais indesejáveis como sonolência, ganho de peso e déficit de memoria. Na fibromialgia, algum tempo, já se reconhece a importância da atividade física para melhorar a qualidade de vida, com redução de dor e fadiga. Mas e as terapias alternativas, será que funcionam? É essa pergunta que um grupo de pesquisadores alemães tentou responder. Eles analisaram cerca de 5489 estudos científicos sobre o tema. Apesar de a maioria desses estudos serem de baixa qualidade técnica, verificou-se que práticas de exercícios como tai chi chuan, yoga e qigong apresentaram evidências cientificas de controle de sintomas como dor, ansiedade e depressão. Em relação a acupuntura, há bons estudos que mostram alivio dos sintomas e outros estudos com evidencia negativa, ou seja, sem melhora do quadro. Os resultados foram inconclusivos para homeopatia e fitoterapia. A quiropraxia e a massagem náo mostraram resultados favoráveis, porém há escassez de trabalhos nestas áreas. Por outro lado técnicas como meditação, hipnose e redução de estresse apresentaram respostas significativas para controle da dor a curto prazo. Essa é uma boa noticia para os portadores de fibromialgia. Referência Lauche R et al. Evidence-based complementary and alternative medicine , 2015 doi 10.1155/2015/610615 13/10/2015 0 Comments Obesidade e dor crônica A obesidade está relacionada a quadros de dor crônica, segundo o estudo publicado no Journal of Pain Disease.
O artigo relata trabalhos previamente publicados em que a obesidade e dor estavam associadas: - a prevalência de dor lombar aumenta conforme o aumento do IMC. Menos de 3% das pessoas com IMC normal apresentam dor nas costas. Já entre os obesos, o número é de 7,7% e de 11,6% entre os obesos mórbidos. - é bem estabelecido que a obesidade está relacionada com a presença, progressão e gravidade de osteartrite. - o autor cita um trabalho de Neummann em que do total de 550 mulheres com fibromialgia, 28% tinham sobrepeso e 45% eram obesas. Dentre os mecanismos que podem explicar essas associações está a sobrecarga mecânica. Os distúrbios do sono, depressão, estilo de vida sedentário, mais prevalentes nos obesos, também podem influenciar na intensidade da dor. Referência Okifuji A, , Hare BD. The association between chronic pain and obesity.J Pain Res. 2015 Jul 14;8:399-408. doi: 10.2147/JPR.S55598. eCollection 2015. 1/10/2015 0 Comments 5 dicas pra dormir melhorTalvez você nunca tenha ouvido falar sobre higiene do sono, mas ela pode ser muito importante pra uma boa noite. A higiene do sono nada mais é do que a manutenção de hábitos que podem melhorar o seu sono. Seguem alguns hábitos preciosos para um bom descanso.
1- Dormir e acordar sempre no mesmo horário. A rotina favorece o seu ritmo de sono. 2- Evitar estimulantes próximo ao horário de dormir. Isso inclui cafeína, nicotina ou álcool por exemplo. Embora o álcool provoque uma sonolência inicial, ele prejudica a qualidade de sono. O uso de aparelhos que emitem luz, como aparelhos de TV, tablets e computadores, também podem agir como estimulantes. 3- Praticar atividades físicas regularmente. Os exercícios são capazes de melhorar a qualidade do sono. Entretanto, a prática de exercícios intensos próximo a hora de dormir, podem levar a insônia inicial. 4- A cama é para dormir! Usar a cama para ver televisão, ler, falar ao telefone entre outras atividades é prejudicial ao sono. É importante associar esse espaço à hora de dormir. 5 – Não leve seus problemas para a cama! Evite situações de estresse próximo ao horário de dormir. Referência https://sleepfoundation.org/ask-the-expert/sleep-hygiene A osteoporose é um problema de saúde pública que afeta grande parte da população, principalmente mulheres que chegaram à menopausa. As fraturas de quadril carregam um risco de 20% de mortalidade além de causar longos períodos de imobilização e hospitalização.
A prevenção deve começar cedo, pois quanto maior o pico de massa óssea do organismo, menor a chance de osteoporose. O pico de massa óssea funciona como uma poupança de osso para ser usada no futuro. E essa poupança deve começar ainda dentro do útero. Vários fatores genéticos e ambientais estão envolvidos na formação óssea. Um bom aporte de cálcio e vitamina D é essencial para ossos fortes. Mas hoje se sabe que uma ingesta adequada de proteínas também é um importante aliado na luta contra a osteoporose. A suplementação protéica foi estudada em crianças e adolescentes, na dose de 2g/kg/dia e houve influencia positiva no crescimento e no pico de massa óssea. Estudos observacionais mostram que crianças que náo ingerem leite ou derivados tem estatura menor e menor pico de massa óssea comparados com aqueles que tomam leite ou derivados diariamente. 1 litro de leite além de ser rico em cálcio e fósforo ainda fornece 30-35g de proteína. As proteínas ajudam a aumentar a massa e a força muscular, a evitar quedas. As proteínas também atuam na formação do osso por regularem vias de anabolismo do osso como IGF1 e GH( hormônio do crescimento). Portanto, recomenda-se a ingesta diária de 1000mg de cálcio, 800ui de vitamina d e 1g/kg de proteína. Referências -http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/078.pdf - Best Practice & Research Clinical Endocrinology & Metabolism Vol. 22, No. 5, pp. 813–829, 2008 24/9/2015 0 Comments Rir é o melhor remédio A ciência comprovou que rir é mesmo o melhor remédio, até mesmo para pacientes paliativos, caso em que a medicina nao pode oferecer uma cura ou melhora do estado de saúde dos pacientes.
Foi o que demonstrou um estudo canadense que avaliou o humor na relação de médicos e enfermeiros com pacientes terminais. 77% dos entrevistados considerou o bom humor dos profissionais de saúde importante durante o processo de doença. As risadas e gargalhadas ajudam a lidar com questões difíceis como a morte além de fortalecer relacionamentos e a confiança nos profissionais de saúde. JOURNAL OF PALLIATIVE MEDICINE.Volume 17, Number 4, 2014 A revista Annals of Rheumatic Disease publicou, em sua última edição, novos critérios para o diagnóstico de gota. Os critérios anteriores, de 1977, permitiam a classificação da doença aguda, mas não era eficaz no período entre as crises. Os novos critérios levam em consideração: episódio prévio de artrite, presença de cristais de ácido úrico, localização da artrite, presença de tofos, concentração de ácido úrico no sangue e exames de imagem. O objetivo dos novos critérios é uniformizar a classificação dos pacientes, permitindo estudos mais padronizados entre si. Referência Tuhina Neogi et al. 2015 Gout classification criteria: an American College of Rheumatology/European League Against Rheumatism collaborative initiative. Ann Rheum Dis 2015;74:1789-1798 doi:10.1136/annrheumdis-2015-208237 |
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September 2020
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