28/8/2020 0 Comments Salto alto: usar faz mal?Por Dra Ana Cristina Os sapatos de salto alto são objetos de desejo de muitas mulheres. Não se conhece exatamente a sua origem, mas algumas fontes atribuem sua invenção e popularidade à Catarina de Médici.Outro nobre responsável pela fama dos saltos, foi Luís XIV, que deu nome a um tipo específico de salto. Já os sapatos de salto modernos foram desenvolvidos por Salvatore Ferragamo. O uso de metal incorporado à sola de couro permitiu melhor sustentação do calcanhar e conforto. Ainda sim, esse tipo de calçado pode levar a múltiplas lesões, que podem se manifestar como dor crônica. Saltos, a partir de 3 cm, provocam uma flexão do pé. Quanto maior a altura, maior essa flexão e sobrecarga na porção anterior do pé. Essa pressão gera outros problemas como: calosidades, joanetes, micro traumas, Neuroma de Morton (dor ou dormência), hálux valgo e até fraturas por estresse. Dor nas costas e joelhos também são frequentes. O uso contínuo pode ainda encurtar o músculo tríceps surral, podendo ocasionar desequilíbrio, instabilidade articular e dor. Pessoas que usam saltos altos frequentemente tem dificuldade de usar calçados planos por causa desse encurtamento. O centro de gravidade também é modificado, aumentando a chance de quedas. Segundo Limana (apud E. Valente), “Quando uma mulher está “vestida” de saltos altos, é forçada a ter uma postura diferenciada, pois seu centro de gravidade é deslocado para a frente. A parte inferior das costas se arqueia, a coluna e as pernas parecem se alongar, e o peito projeta-se para frente. A panturrilha e tornozelos parecem mais bem torneados e a curvatura inferior dos pés parece querer sair dos calçados.” Essa postura descrita acima é um dos fatores pelo qual o uso de calçados com salto alto é ampla e culturamente aceito pelas mulheres, ainda que cause lesões. Para àquelas que não querem (ou não podem) abandonar o hábito, sugere-se a alternância entre calçados de diferentes alturas e priorizar os menores saltos, evitar ficar em pé por longos períodos e adquirir o hábito de alongamento. Caso a dor se torne contínua e com prejuízo das atividades, recomenda-se buscar auxílio médico especializado. Referências 1- Albino, R.C. A moda como fenômeno transformador do corpo. DI Factum, Lorena, v. 1, n. 2 p.63-71, 2017. 2- Limana, M. D. et al . Efeito agudo do calçado de diferentes alturas sobre o comportamento angular do tornozelo. Fisioter. Pesqui., São Paulo , v. 19, n. 3, p. 222-227, Sept. 2012
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September 2020
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